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Sonia Gouveia

Sonia Gouveia, artista natural e residente de São Paulo, teve seu primeiro encontro com o ofício da fotografia através de uma memória: uma Rolleiflex que pertenceu ao seu pai. Contudo, foi na adolescência que ela começou de fato a fotografar, usando como equipamento uma câmera analógica automática. Já nesta fase inicial, a artista decidiu adentrar as experimentações compositivas, subvertendo a linha do horizonte, inclinando a câmera, ampliando as possibilidades.

Durante sua graduação na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAUUSP), nas disciplinas de História da Arte, Sonia teve seu primeiro contato estruturado com o universo artístico. Foi nessa época em que ela fez seu primeiro curso de fotografia, aprendendo o básico do funcionamento da câmera e técnicas de laboratório preto e branco; também restaurou a antiga Rolleiflex de seu pai, com a qual fez aquelas que considera suas primeiras fotografias.

Posteriormente, a artista foi inserindo-se cada vez mais no mundo da fotografia, fazendo cursos de aperfeiçoamento em artes visuais em instituições como Museu da Imagem e do Som (MIS), Instituto Moreira Salles (IMS), Instituto Tomie Ohtake e Museu de Arte Moderna (MAM). Agrega-se ainda sua pesquisa de mestrado realizada na FAUUSP e que versava sobre fotografia de arquitetura.

Sonia Gouveia inspira-se na obra de fotógrafos como Cristiano Mascaro, Henri Cartier-Bresson, Nelson Kon, László Moholy-Nagy e Alexander Rodchenko. Seu trabalho pauta-se na imagética da rua e da arquitetura, logo, a ideia do cotidiano perpassa seu interesse. Tal noção foi fundamental para a criação de “Pequenas Dores Cotidianas”, sua primeira série conceitual, que possui como tema as frustrações que enfrentamos em nosso dia a dia, situações aparentemente sem solução, nas quais discute-se o dilema da manutenção do status quo, em detrimento da satisfação pessoal. Segundo a artista, são dezenas de pequenas aflições recorrentes identificadas, por exemplo, como perda de tempo, falta de coragem, incomunicabilidade e desejos reprimidos, tendo como gatilho um mosaico de situações triviais: o nervosismo das notícias, não encontrar saída, derrubar um copo de água, sentir-se amarrado às próprias criações ou perder-se em conteúdos digitais. São situações que evocam insatisfação e desencanto, com uma aura de solidão e um incômodo persistente.

Em 2022, Sonia teve seu trabalho exposto em um conjunto de eventos culturais, sendo eles: 18º Paraty em Foco: Festival Internacional de Fotografia, 6ª edição da Fotografia Arte Plural, 8ª edição do Pequeno Encontro da Fotografia em Olinda e 15ª Semana da Fotografia da Secretaria de Cultura de Caxias do Sul. No ano de 2023, Sonia Gouveia exporá na mostra promovida pela Ícone Assessoria Artística, exposição que contará com a curadoria do Historiador da arte Samuel Graças.

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