Em sua pré-história o homem contou com uma habilidade basilar para a fomentação da consciência de sua singularidade frente aos outros animais: a capacidade de produzir arte. Por entre mãos espalmadas que documentavam sua existência, representações mágicas do que garantiria sua sobrevivência e registros de fenômenos astronômicos, o ser humano foi dando-se conta de sua humanidade. Assim sendo, o desenvolvimento histórico dessa nova e esquisita espécie de primatas, o homo sapiens, entrelaça-se visceralmente com o desenrolar da história da arte.

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Em um mundo moderno, caótico e hyper conectado torna-se vital a investigação das conscientizações que a arte está impulsionando, de forma a tornar possível a compreensão da sociedade atual. Ao pesquisador cabe analisar essa melodia de forma, cor, símbolos e significados segundo a qual dançam tanto o indivíduo quanto o grupo.

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A mostra Consciência navega no rio do micro para desaguar no “macro-mar”, tomando o esquema estético proposto por seus artistas como parte de suas psiquês que aqui revela-se em forma de pintura, fotografia e escultura. Objetivando um rompimento com a monofonia do corredor Rio – São Paulo, são apresentados ao público expositores de norte a sul do Brasil. Quinze forças criadoras cujos destinos tocam-se pela primeira vez a fim de, temporariamente, somar suas completudes para que o espectador possa mergulhar em um discurso intrinsecamente múltiplo.

Ao subir os degraus de Consciência, o visitante se confrontará com manifestações tangíveis de processos iniciados por epifanias criativas, porém, levados a cabo por indagações artísticas profundamente conectadas com a forma de existir. Abrangendo temas como a elevação pela espiritualidade, a conexão com o caos interno, a superação de entraves psicológicos, a fraqueza ante tormentos cotidianos, a defesa da técnica e a fé na sinceridade do autodidatismo, a exposição é perpassada por uma intensa procura em apurar as percepções da vida.

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Samuel Graças